São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Economistas consideram previsão exagerada

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A principal divergência entre o governo e o setor privado está na expectativa de crescimento econômico em 1996. A ampla maioria de empresários e consultores espera crescimento inferior aos 4% saídos dos documentos do governo.
Carlos Rocca, economista e presidente do Mappin, acha que o Produto Interno Bruto vai crescer entre 2% e 3% em 96.
Nos cenários da Rosenberg Consultores aparece um crescimento de 2%. "Mas vai ter que rezar para dar isso", diz Mikhal Gartenkraut, da consultoria.
Além de contar com a economia em marcha lenta, Gartenkraut nota que que haverá um importante efeito estatístico. O primeiro trimestre de 1996 vai mostrar uma queda de produção de até 10%.
Isso porque a base de comparação, o primeiro trimestre deste ano, é muito alta. A economia brasileira estava no auge no começo de 1995. Assim, a economia precisaria crescer muito no segundo semestre para compensar.
Como acha que a economia crescerá no segundo semestre, mas não aceleradamente, Gartenkraut conclui que, no conjunto do ano, o PIB crescerá 2%, "com sorte".
A consultoria Macrométrica está prevendo crescimento 3,8% em 1996, no seu último boletim.
Mas esse número deve ser revista para baixo, diz Estevão Kopschitz Bastos, diretor. Segundo pesquisa da Arthur Andersen, a maioria dos empresários espera crescimento entre 2% e 4%.
Há concordância geral, no governo e no setor privado, sobre o andamento do ano.
Recessão no primeiro trimestre, recuperação no segundo e crescimento mais forte no segundo semestre.
É o contrário do que aconteceu neste ano, que começou forte e terminou se arrastando.
Todos também esperam uma inflação menor do que a deste ano.

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