São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995
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Novo estado da matéria é a "molécula do ano"

DA REDAÇÃO

Um novo estado da matéria, previsto pela primeira vez pelo físico Albert Einstein (1879-1955) em 1924 e criado este ano em laboratório, foi escolhido como a molécula do ano pela revista norte-americana "Science".
Mesmo sem ser propriamente uma molécula, o material, chamado condensado de Bose-Einstein, está no topo da lista das dez maiores realizações científicas do ano.
Elas foram anunciadas na edição de ontem da revista americana, publicação entre as de maior prestígio científico no mundo.
Num gás normal, átomos ficam espalhados de modo livre. Mas, no novo estado da matéria, um gás resfriado a temperaturas próximas do zero absoluto, átomos se movem em sincronia, na mesma velocidade e na mesma direção.
O nome do material é dado em homenagem a Einstein e ao físico indiano Satyendra Nath Bose (1894-1974), que estudou em profundidade os estados da matéria.
A descoberta do material é importante por motivos teóricos e práticos.
Na teoria, pode ajudar a entender o início da formação do Universo. Na prática, pode levar a novas tecnologias ligadas a materiais que conduzem eletricidade a altas velocidades (supercondutores).
Os cientistas já haviam tido pistas de que era possível obter o condensado de Bose-Einstein, mas só em julho deste ano pesquisadores da Universidade de Colorado e do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologias dos EUA conseguiram realizar o desafio.
Para obter um condensado puro, os cientistas precisavam de átomos superfrios que permanecessem em estado gasoso, sem se tornar sólidos nem líquidos.
Eles conseguiram condensar átomos de rubídio no novo estado seis meses depois de terem anunciado os primeiros resultados.

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