São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995 |
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Título da dívida tem maior cotação desde 94
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
A alta dos títulos foi provocada pela queda dos juros dos papéis norte-americanos de 30 anos. O mercado aguardava também, otimista, um acordo entre o governo dos EUA e o Congresso para o Orçamento. O acordo possibilitará, acreditam, a continuidade da queda dos juros em 1996. E há espaço. Nos EUA, os juros estão na casa dos 6% ao ano. Na Alemanha, não passam de 3% e, no Japão, entre 1,5% e 2%. A expectativa de um rendimento menor nesses países deve aumentar a procura por investimentos nos chamados mercados emergentes, Brasil incluído. As Bolsas gostaram da idéia. Com Telebrás subindo 3,77%, a Bolsa paulista fechou em alta de 2,14%. O volume negociado foi de R$ 230,653 milhões. A expectativa de juros internacionais mais baixos também ajuda o cenário interno. Abre espaço para o BC, sempre tão apegado ao câmbio (ou ao juro pago sobre o câmbio), também baixar o custo do dinheiro. O BC, no entanto, continua fazendo uma trajetória de queda gradualíssima para as taxas. Ontem, ele emprestou recursos por dois dias a 4,17% e, depois, voltou a emprestar por 4,18%. A excessiva cautela -que, estranhamente, fere e mata- pode ser uma preocupação natalina. Janeiro, tradicionalmente com um nível de atividade mais baixo, possibilita uma queda de juros mais forte. O BC, pelo menos, já sinalizou que ficará menos afoito na venda de títulos. No primeiro leilão de títulos para o próximo ano, ele pretende vender menos títulos do que o resgate. Devem sobrar aproximadamente R$ 300 milhões nos bancos. Já é um começo. Os dezembros, dizem os analistas, se parecem. Como no filme norte-americano, a sensação, na área de juros e câmbio, é de que o mesmo dia se repete. Resta comemorar o Natal, pensar no final do ano e discutir a estratégia para janeiro. Como dizem: ano novo, juro novo. Tomara. Texto Anterior: IPCA-E é de 22,5% em 95; aluguéis pressionam Próximo Texto: Supermercado puxa preços para baixo em 95 Índice |
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