São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995 |
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Supermercado puxa preços para baixo em 95
MAURO ZAFALON
A taxa é bem inferior aos 23% de inflação previstos pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para o período. O ritmo da inflação em 95 foi determinado pelos reajustes de preços nos setores de serviços e de aluguel. Alguns desses itens, como mostra acompanhamento de preços da Fipe, tiveram reajustes acima de 50% no ano. Alimentos e vestuário, dois tradicionais itens de peso na composição do índice de inflação e comercializados em supermercados e hipermercados, tiveram as menores evoluções no ano. Os dados da Fipe indicam alta de 8% para os alimentos e de 4% no setor de vestuário. Vários fatores seguraram os preços nos supermercados em 95. Um dos principais foi a estabilidade -em alguns casos, até queda- dos produtos agrícolas. Os supermercados colocaram em suas prateleiras uma quantidade maior de importados, inibindo reajustes dos similares nacionais. Há três anos, apenas 2% do total de produtos comercializados pelos supermercados era de importados. Hoje, algumas redes já trabalham com 17% de importados. A relativa estabilidade trazida pelo Plano Real fez com que o consumidor memorizasse mais os preços e se tornasse mais exigente em suas compras. Com isso, a concorrência ficou mais acirrada entre as próprias redes. Os lucros gerados com a ciranda financeira nos anos anteriores foram substituídos por custos e margens de lucros menores. A guerra de preços foi acirrada ainda mais com a chegada da rede norte-americana Wal-Mart. As vendas em 95 não repetiram o mesmo desempenho de 94, forçando indústrias e supermercados a aumentar as promoções para atrair os consumidores. Nesta semana, os preços ficaram estáveis nos supermercados. A elevação do feijão (13%) foi compensada pelas reduções de carnes, óleo e produtos matinais. Nos hipermercados, houve reajuste de 1,66% na semana. A pesquisa do Datafolha é feita em 18 supermercados e 18 hipermercados de São Paulo e abrange cem itens. Texto Anterior: Título da dívida tem maior cotação desde 94 Próximo Texto: Consumidor espera por ofertas, diz presidente da Sadia Índice |
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