São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995 |
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Itaú cria tarifa sobre depósitos em cheques e irrita a clientela
MILTON GAMEZ
A má notícia atingiu em cheio, nesta semana, clientes do Banco Itaú. Surpreendidos por uma inédita tarifa de R$ 0,50 por cheque depositado, donos de postos de gasolina e comerciantes varejistas botaram a boca no trombone e passaram a protestar contra a taxação feita pelo banco. O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antônio Oliveira Santos, classificou a nova tarifa do Itaú de inflacionária. Para ele, essa tarifa seria capaz de causar problemas de aceitação de cheques em todo o país. A reclamação é compreensível, admite o vice-presidente do Itaú, Sérgio de Freitas. Afinal, durante décadas os clientes dos bancos eram taxados indiretamente pelos serviços, numa cobrança conhecida pelo nome de "floating". Com a alta inflação antes do Plano Real, os bancos ganhavam dinheiro no giro dos recursos não-remunerados dos clientes e, por isso, quase não cobravam tarifas de forma transparente. Tarifa "A tarifa é justa, pois a inflação baixou e o governo instituiu elevados recolhimentos compulsórios sobre os depósitos", diz Freitas. "Não dá mais para cobrar de forma indireta", afirma o vice-presidente. A tarifa sobre depósitos em cheques no Itaú não será estendida indiscriminadamente a toda a clientela. Somente serão taxados aqueles que usam o banco apenas como agente de compensação de cheques, sem utilizar outros serviços e sem fazer investimentos. Em todos os casos, haverá negociação, promete Freitas. Alguns clientes já aceitaram a nova tarifa, diz ele, sem citar nomes. Texto Anterior: Mappin rompe barreira do US$ 1 bilhão Próximo Texto: Químico come pão e mortadela Índice |
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