São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995
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Túlio Maravilha

JUCA KFOURI
DE FATO. TÚLIO JOGA COM A 7.

Túlio lembra Artime, artilheiro argentino que marcou época no River Plate, no Independiente, andou pelo Palmeiras, pelo Fluminense e foi campeão mundial interclubes pelo Nacional uruguaio, em 1971.
Houve quem cronometrasse o tempo que ele mantinha de posse de bola num jogo. Quando passava de um minuto, era uma raridade.
Havia, e era frequente, quem contasse quantas vezes ele pegava na bola por partida. Quando passava de três vezes, era uma festa.
E, nos jogos em que pegava na bola só três vezes e por menos de trinta segundos, era comum ver Artime marcando três gols.
Túlio é assim.
Ele só precisa mudar de assessor de marketing.
Está ficando chato o discurso repetido, as expressões sempre iguais.
Túlio tem mais coisa na cabeça do que revela.
É um craque de uma jogada só, não o criador de apenas uma nota.
Mas, dentro de campo, Túlio não pode mudar.
A não ser que mude para o time do nosso coração.
Porque enquanto houver jogadores como Túlio, haverá gols. E o futebol continuará a ser.
Apesar das teorias e das verdades absolutas.
O ano que seria de Romário, que pôde ser de Edmundo, que pintou como de Marcelinho ou de Renato Gaúcho, que esteve nos pés de Jardel, que coroou Giovanni, acabou sendo, sem sombra de dúvidas, o ano de Túlio.
Que maravilha, a brilhar, que maravilha...

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