São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995
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Walesa abre crise ao deixar Presidência

ADRIAN BRIDGE
DO "THE INDEPENDENT"

Depois de cinco anos tempestuosos no poder, o presidente Lech Walesa deixou o governo ontem à noite, causando uma tempestade de controvérsia e intriga política.
O sucessor de Walesa na Presidência da Polônia, o ex-comunista Aleksander Kwasniewski, será formalmente nomeado em uma cerimônia especial na tarde de hoje, que o presidente boicotará por "motivos políticos e morais".
Mas a entrega do poder será obscurecida pelas acusações feitas no início da semana de que o premiê Jozef Oleksy, outro ex-comunista, passou mais de dez anos trabalhando como informante para a KGB (antiga agência de informações russa) e, consequentemente, aos serviços secretos russos.
Os promotores que estão investigando as acusações contra Oleksy disseram ontem que as provas como estavam eram insuficientes para um inquérito em grande proporção, mas pediram mais informações sobre o caso.
As declarações dos promotores aliviaram a pressão para que Oleksy se demitisse.
Mas uma porta-voz do premiê polonês disse que ele pretendia se afastar depois do Natal até toda a situação ser esclarecida.
Em um debate anteontem no Parlamento, ele disse que nunca foi agente russo, mas admitiu que teve fortes ligações com diplomatas de Moscou, um dos quais soube depois que era agente da KGB.
Na terça-feira, Walesa intimou políticos e juristas importantes no palácio presidencial para apresentar provas do que disse ser "uma ameaça à segurança do Estado".
Oleksy respondeu a Walesa acusando políticos ligados a ele de tentar suborná-lo, exigindo a sua renúncia para que não falassem nada sobre o caso.

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