São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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"É caso de polícia"

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os presidentes das duas principais centrais sindicais brasileiras repudiaram a prática de criação dos sindicatos-fantasmas e culpam o imposto sindical, principalmente, pela existência desse tipo de "entidade".
"Esses sindicatos-fantasmas são caso de polícia", afirma o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros.
Segundo ele, "é pura picaretagem" a criação de sindicatos que "não têm nenhuma representatividade, só para pegar o dinheiro do trabalhador".
Medeiros considera que é necessário acabar com o imposto sindical para que a prática desenvolvida "por esses picaretas" tenha um fim definitivo.
Mas o presidente da Força Sindical afirmou que seriam necessárias atitudes imediatas, como uma fiscalização por parte do Ministério do Trabalho em todas as entidades e uma atuação policial.
Já o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, não vê como o Ministério do Trabalho ou a polícia possam atuar contra os sindicatos-fantasmas.
"Se eles não existem, como é que o ministério ou a polícia vão conseguir achá-los?", pergunta Vicentinho.
Para ele, a única forma de acabar com essa prática seria pôr fim, de uma vez por todas, no imposto sindical e na existência dos juízes classistas na Justiça do Trabalho.
"A CUT é contra qualquer contribuição sindical compulsória e também é contra o juiz classista. A maioria das nossas entidades não indica nomes de juiz classista", diz.
(CPL)

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