São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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Modalidades improvisam para ir a Jogos Olímpicos

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Sucesso e bom resultado técnico não são garantias para obtenção de patrocínio. Algumas modalidades improvisam para sobreviver.
O tênis de mesa, o tiro e a ginástica artística são exemplos.
O Brasil tem quatro mesatenistas classificados -Hugo Hoyama, Cláudio Kano, Lyanne Kosaka e Monica Doti-, mas continua órfão de patrocínio.
"Estou embarcando para um estágio na Bélgica e vou por conta própria", declarou Hugo Hoyama, que, nos Jogos Pan-Americanos da Argentina, em março, conquistou três medalhas de ouro e uma de bronze para o Brasil.
Os quatro têm obtido ajuda de prefeituras paulistas (Hoyama, de Suzano; Kano, Guarulhos; Lyanne e Monica, Santo André).
A situação do tiro é mais complicada ainda. Apenas um atirador -Jean Labatut, na modalidade de fossa olímpica- vai a Atlanta.
"No tiro, cada uma paga a sua despesa. Gasta com munição, armamento e viagem", afirmou Durval Guimarães, presidente da Confederação Brasileira da modalidade, que estima entre R$ 4.000 e R$ 5.000 o custo mensal de uma preparação como a de Labatut.
"Às vezes ficamos alojados em quartel e fazemos o rancho (alimentação) dos soldados para competir", contou Guimarães, 60, que participou de cinco Olimpíadas.
Na ginástica olímpica, o Brasil leva apenas uma atleta, Soraia Carvalho, 35ª no último Mundial.
"Reivindicamos R$ 30 mil do COB para a preparação, mas recusaram, acharam caro", afirmou Vicélia Florenzano, presidenta da Confederação de Ginástica.
Há esportes ainda menos prestigiados. O pentatlo moderno -que inclui tiro, esgrima, corrida, natação e equitação-, a luta e o levantamento de peso podem ser incluídos nessa classe.
A Confederação Brasileira de Lutas busca patrocínio para compra de uniformes dos 20 atletas que pretende levar ao Pan-Americano da Colômbia, em abril.
O levantamento de peso busca patrocínio privado para lutar por índices olímpicos.
(EA)

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