São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Família faz apelo a sequestradores em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A família da comerciante Noêmia dos Santos, 69, sequestrada no último dia 12 na praça da Árvore (zona sul de São Paulo), fez ontem um apelo aos sequestradores para que entrem em contato com a família. O último contato telefônico aconteceu há dez dias.
Os sequestradores fizeram ao todo três telefonemas, pedindo R$ 1 milhão pelo resgate. No último contato, no dia 17, os familiares pediram provas de que a comerciante estava viva. Desde então não tiveram mais notícias.
Noêmia, dona de uma ótica na av. Jabaquara (zona sul), foi sequestrada quando saía de uma feira, na av. José Maria Whitaker.
Quando ela guardava as compras no carro, um Tipo prata, um homem pardo, de barba, com cerca de 1,75 m, teria entrado junto com ela no carro e a obrigado a dirigir por alguns metros.
Um Gol branco com outras duas pessoas aguardava numa esquina próxima. O homem teria obrigado Noêmia a entrar no Gol, dirigido por um homem gordo. A ação foi vista por um funcionário de um lava-rápido, que avisou a polícia.
O carro de Noêmia foi encontrado aberto e sem chaves. No mesmo dia, os filhos dela, Itamar Santos, 44, e Olcimar Santos, 40, receberam o primeiro telefonema, pedindo o resgate.
"Pediram uma quantia absurda. Nem vendendo tudo que temos conseguiríamos esse dinheiro. Falamos isso e eles disseram que iriam pensar. Fizeram outros dois contatos e depois não telefonaram mais. Estamos desesperados", disse Itamar.
Para Olcimar, o sequestro é estranho. "Não somos ricos. Nunca pensei que pessoas como nós, de classe média, pudessem passar por isso", disse.
Eles disseram que haviam pedido à polícia para que ficasse fora do caso, mas que procuraram ontem a Delegacia Anti-Sequestros por causa da falta de informações sobre o paradeiro da mãe.
"Nós juntamos uma boa quantia com a ajuda de amigos e parentes e estamos dispostos a negociar. Mesmo que tenha acontecido algo com ela, queremos saber para acabar com este sofrimento", disse.
Segundo eles, os três contatos telefônicos foram feitos pela mesma pessoa. Ela teria sido educada e não teria feito nenhuma ameaça.
A polícia colocou à disposição o telefone 223-0251 para quem tiver qualquer pista sobre o caso.

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