São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Preço baixo traz desemprego

DA FOLHA NORTE

A redução de 34,82% no plantio de algodão deixou 2.600 trabalhadores rurais desempregados na região de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), segundo estimativa da Dira (Divisão Regional Agrícola).
No ano passado, 7.300 trabalhadores foram empregados no cultivo de 38.984 hectares. Neste ano, a área deve ser de 25.412 hectares.
"É uma situação absurda. Esse pessoal não tem outra alternativa e vai ficar desempregado", afirma Carmelo Grisi, diretor da Dira de Rio Preto.
A área total plantada na safra 95/96 caiu cerca de 22%. Em razão disso, o algodão não foi substituído por outras culturas.
Segundo Edmar Eduardo Bassan Mendes, 35, assistente de socioeconomia da Dira, a queda reflete a crise na agricultura e o endividamento dos produtores.
"A falta de preços mínimos de garantia desestimula o produtor a plantar algodão", afirmou.
O preço da arroba (15 quilos está entre R$ 5,50 e R$ 6,00 e os produtores pedem R$ R$ 10,00.
Em julho passado, o produtor de algodão Raul Pereira de Carvalho, 35, colocou 36 alqueires de terra à venda por causa de prejuízos com a última safra.
Waldomiro Flores, 46, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Votuporanga, disse que a colheita da laranja, que termina em janeiro, é a última alternativa de emprego para o pessoal do algodão.
O desemprego chegou às algodoeiras, empresas que transformam o algodão bruto em pluma.

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