São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Enchente na África do Sul mata 119

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 119 pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas devido às enchentes causadas pelas fortes chuvas na Província de KwaZulu-Natal, região leste da África do Sul (África).
"A água invadiu e levou tudo, inclusive meu marido e minha filha. Eu perdi tudo, minha casa foi arrasada, disse Pendukile Masikane, 50.
Segundo fontes policiais, equipes de resgate, mergulhadores da polícia e helicópteros continuam retirando corpos de vítimas do rio Umsunduzi e de seu afluente Slangspruit, que transbordaram devido às chuvas que atingiram a região entre anteontem e a noite de ontem.
O porta-voz da polícia, Henry Budrum, informou que 119 corpos já haviam sido encontrados.
"Esperamos encontrar muitos mais hoje (ontem) à noite e amanhã (hoje), disse.
Segundo policiais, o nível da água já caiu e os moradores de Imbali não correm mais perigo, a menos que as chuvas voltem.
Funcionários do serviço mortuário disseram que a maioria dos mortos era de adolescentes.
"Pessoas têm vindo procurar mais de dez membros por família, parentes que estão desaparecidos, afirmou um funcionário.
Um morador de Imbali disse ter perdido nove parentes na enchente. "Já recuperei quatro corpos, mas estou esperando ainda encontrar os outros cinco, incluindo o de minha irmã de três meses, disse.
O deputado da Província, Sifiso Nkabinde, disse que o governo regional decretou estado de calamidade na região. "Faremos tudo para dar assistência às vítimas.
As duas cidades, Imbali e Edendale, contaram com conflitos entre seguidores do presidente Nelson Mandela, do partido Congresso Nacional Africano (CNA), e simpatizantes do líder zulu Mangosuthu Buthelezi, do Partido da Liberdade Inkhata.
A violência diminuiu desde que as eleições de 1994 acabaram com o governo de minoria branca.
Entretanto dez pessoas foram assassinadas ontem na aldeia de Ngoba, KwaZulu-Natal, e pelo menos 14 mortas e 70 casas incendiadas anteontem depois que um grupo de cerca de 600 pessoas atacou o distrito de Shobashobane.

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