São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Polícia espera hoje ex-juiz para depor
MARCELO DAMATO
Catani é o principal personagem do inquérito que apura a existência de um suposto esquema de fraude de arbitragens. O advogado de Catani, José Izar, disse, entretanto, que seu cliente não vai comparecer (leia texto ao lado). Se acontecer, o depoimento será colhido pelo chefe do inquérito, o delegado Silvio Tinti, do Departamento de Comunicação Social da Polícia Civil, e pelo promotor Antonio Alvarenga Neto, da 2ª Promotoria de Justiça Criminal. Tinti confirmou às 18h40 o depoimento de Catani, que só recebeu a intimação ontem, em sua residência no bairro de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Acrescentou que a ausência, se for justificada, não causará problemas a Catani. O ex-árbitro será interrogado sobre as declarações dele que estão na fita que contém suas conversas com Luís Augusto Soares, nome fictício usado pelo jornalista Alexandre Reis. Na fita, Catani diz que montou um esquema para favorecer o Botafogo de Ribeirão Preto no Campeonato Paulista da Série A-2 deste ano. O Botafogo terminou em terceiro lugar e foi promovido para a Série A-1. Na fita, Catani afirma que agiu a mando do presidente do Botafogo, Laerte Alves. Os árbitros citados negam que conheçam Catani ou que tenham participado de qualquer esquema de fraude. Catani dá detalhes de atividades do Botafogo, como a festa da classificação. O conteúdo do depoimento não será revelado, porque o inquérito está protegido por sigilo (leia texto ao lado). Desde que o conteúdo da fita foi tornado público, Catani vem dizendo que só falou mentiras. Mas suas explicações vêm mudando à medida que algumas de suas declarações na fita estão sendo confirmadas (veja quadro ao lado). Durante dois meses, por exemplo, Catani negou que tivesse estado na festa da classificação do Botafogo, que ocorreu no dia 27 de agosto numa choperia em Ribeirão Preto. No início deste mês, a Folha publicou duas fotos em que ele aparece na festa, perto de Laerte Alves. Ao saber das fotos, Catani disse tratar-se de montagem. Depois, recusou-se a dar qualquer declaração. Seu advogado, José Izar, afirmou que seu cliente foi à festa como "intruso". Texto Anterior: Retrospectiva 95 Próximo Texto: Investigação está sob sigilo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |