São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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O despertador

Anteontem, o governador Covas promoveu mais uma maratona para seus auxiliares. Reuniu cerca de 70 pessoas, entre secretários, presidentes de estatais e deputados, para fazer um balanço do primeiro ano de governo.
A reunião começou às 18h15. Todos tinham direito a falar durante 4 minutos. Para controlar o tempo, Covas arrumou um despertador que estrilava e interrompia o orador. O auxiliar perguntava:
- Posso terminar?
- Pode terminar a frase -cortava o governador.
Na hora do secretário da Fazenda, Yoshiaki Nakano, Covas mudou de estratégia. Como o responsável pelo cofre apresentava um balanço positivo, com superávit de caixa no ano, ele interveio:
- Pare, antes que o pessoal comece a gastar por antecipação.
Às 22h30, quando o despertador já servia para acordar os presentes e ainda faltavam sete secretarias, Covas adiou o encontro para a manhã seguinte. Quando ele começou a falar, alguém brincou:
- Só quatro minutos!
Ele falou cinco vezes mais.

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