São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Policial foi confundido com ladrão

DA REPORTAGEM LOCAL

Para prender os dois acusados do roubo e sequestro da corretoras e libertá-las, os policiais se disfarçaram de cliente e de gerente do banco Real. Ficaram disfarçados por cerca de duas horas na agência.
O investigador Odair Gonçalves Duarte, 32, estava na mesa do gerente do banco, enquanto o investigador Francisco Carlos dos Santos, 32, ficava entrando e saindo de filas e preenchendo formulários.
Quando a corretora Magali Pereira Izaguirre entrou na agência para retirar os R$ 5.000 que os assaltantes haviam-na obrigado reservar, Duarte levantou-se de sua mesa e foi até o guichê do caixa onde a corretora estava.
Como se a estivesse auxiliando, o policial perguntou o que estava acontecendo. "Ela só disse que a amiga estava lá fora em um Kadett", afirmou. Então, Duarte conversou com Santos, que saiu da agência para procurar o Kadett.
"Quando cheguei no carro com a arma na mão, a refém pensou que eu também era um ladrão. Fiz um disparo para o alto, e ela só percebeu que estava sendo solta quando algemei o assaltante que estava no carro", afirmou o investigador.
Magali disse os ladrões afirmam que outras pessoas estavam seguindo o carro e que, se ela não voltasse com o dinheiro do banco, sua amiga, Dilma de Paula e Silva, seria morta.
O acusados Adriano da Silva Santana disse que estava participando do roubo porque é portador do vírus HIV -que provoca a Aids. "Adquire o vírus em uma relação heterossexual e descobri isso há seis meses."
Segundo ele, o dinheiro do roubo serviria para comprar remédios. Santana, que pretendia passar o réveillon no balneário de Ilhabela (228 km a leste de São Paulo), confessou o crime. Santana disse que é chaveiro e já foi processado por roubo.
Dalva de Carvalho, que também foi presa, afirmou que foi obrigada a participar do roubo pelo ladrão que fugiu. "Ele havia-me emprestado e ameaçou matar minha mãe se eu não o ajudasse no roubo."
Ela afirmou ser vendedora e que mora na Pompéia (zona oeste). Segundo ela, o nome do ladrão que fugiu é Gilmar. Dalva já foi processada por estelionato. "Foi um mal-entendido."

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