São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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O novo modelo ferroviário

LUÍS NASSIF

A venda da Fepasa para o governo federal obedecerá ao mesmo modelo adotado na venda do Nacional para o Unibanco. A empresa será dividida em duas. A parte que ficará com o Estado de São Paulo herdará os passivos trabalhistas e os funcionários da Fepasa. A parte que irá para o governo federal levará os trilhos e os demais ativos imobiliários -esta parte foi incluída no processo de negociação entre ambos.
Com a integração à Rede Ferroviária Federal, o valor da Fepasa aumentará substancialmente, permitindo a integração interna e transformando a nova empresa na verdadeira ferrovia do Mercosul.
A RFFSA sai da fronteira com o Uruguai e chega até o Paraná. Lá, encontra-se com um braço da antiga Paulista -hoje incorporada à Fepasa. Juntando-se a ferrovia que está sendo construída pelo empreiteiro Olacyr de Moraes será possível integrar, via malha ferroviária, o Sul, o Centro-Oeste, parte do Norte e Minas Gerais com os portos de Santos, Rio e Sepetiba.
A partir daí, a privatização será bastante facilitada. É idéia do BNDES (que irá administrar o processo) que o ramal Sudeste da RFFSA encontrará facilmente comprador, já que atende a uma base siderúrgica e cimenteira importante. O cimento, aliás, responde por 90% da receita da RFFSA.
Esse subsistema será privatizado rapidamente e terá grande papel como indutor de investimentos para Rio e Minas.
O restante passa a ter atrativos a partir da integração com a Fepasa, rumo ao Sudeste.
Elétrico
Técnicos do BNDES consideram que o modelo de privatização adotado para a Light será sensivelmente superior ao que foi adotado para a Escelsa, do Espírito Santo.
Houve maior clareza, por exemplo, na definição das tarifas. Haverá repasses automáticos dos impostos e do custo da energia de Itaipu. Os custos operacionais terão repasse anual. E se definiu um período de cinco anos para revisões tarifárias. Nos primeiros cinco anos, todos os ganhos de produtividade serão apropriados pelos compradores. A partir daí, haverá repasse para as tarifas de parte dos ganhos de produtividade ou da implantação de novas tecnologias.

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