São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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CVM vai investigar fundo de ações do Econômico

FREDERICO VASCONCELOS; RODNEY VERGILI
EDITOR DO PAINEL S/A

O Banco Econômico usou irregularmente ações da Light e da Telebrás aplicadas em seu fundo mútuo de investimento para fazer empréstimos a empresa do próprio grupo baiano.
Essas operações são proibidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A instrução nº 215 veda ao administrador do fundo "contrair ou efetuar empréstimos sob qualquer modalidade". A CVM informou, ontem, que está abrindo processo.
Balanço do primeiro semestre do Econômico Fundo Mútuo de Investimento em Ações revela que 31% das ações da carteira haviam sido emprestadas à empresa Econômico S/A Empreendimentos (contratos de mútuo).
O balanço revela que, em 29 de agosto último (ou seja, posteriormente à intervenção no Econômico, no dia 11 de agosto), o fundo havia retomado 10 milhões de ações ordinárias da Light. Essas ações já estariam custodiadas (guardadas) na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Estava pendente, naquela data, o retorno de 10 milhões de ações preferenciais da Telebrás, avaliadas, em agosto, em R$ 381 mil.
O parecer da Ernst & Young, de 12 de setembro, faz ressalva sobre as ações da Telebrás, informando que "o valor encontrava-se em negociação, não tendo sido possível concluir se essa transação, não permitida pela CVM, será liquidada financeiramente".
O fundo possui 367 mil cotistas. Os investidores poderão exigir na Justiça os papéis que constam como pertencentes ao fundo e que não estão sendo encontrados na custódia da Bolsa. O patrimônio dos fundos pertence aos cotistas.
Os papéis da Light são bastante procurados por causa da proximidade da privatização. As ações da Telebrás têm boa liquidez (venda a qualquer momento) e lideram os negócios nas Bolsas.

Colaborou RODNEY VERGILI, da Reportagem Local

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