São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Allen reflete desespero do amor

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois dos últimos acontecimentos em sua vida pessoal, quando abandonou sua mulher para viver com uma filha adotiva, Woody Allen parece estar condenado a ter seus filmes entendidos como a exposição pública desses acontecimentos.
Mas houve um tempo em seu trabalho para um filme como "Manhattan" (TNT, 0h35), onde o lirismo, e não a perversão, dá o tom dos personagens.
"Manhattan" mostra a história sentimental de um cidadão da classe média novaiorquina, um homem que é amado por uma adolescente mas que se apaixona por uma mulher de sua idade.
E é nesse estranhamento amoroso, no movimento clássico de amar a quem não nos deseja e desprezar aquele que nos quer, que o filme monta cuidadosamente cada piada.
Piadas que são o produto típico de Allen. Um diretor que se apropria da neurose e do desespero e cria, assim, um tipo lírico, encantador e quase letal de riso.
(MR)

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