São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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Colonos usam ônibus para escoar produção

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MONTE ALEGRE

Por falta de meios para escoar a produção, os colonos no assentamento em Monte Alegre (PA) levam seus produtos em ônibus.
Há no máximo 15 caminhões para as 4.025 famílias. Na gleba Mulata, que tem 15 ramais de até 37 km, há seis caminhões que foram comprados por associações de produtores de ramais.
Agricultores, sacos de cereais, cachos de bananas e porcos vivos dividem o espaço com os passageiros dos ônibus que fazem as linhas para Monte Alegre três vezes por semana. Há uma linha de ônibus para cada setor -estrada vicinal que sai da rodovia PA-254, que corta o assentamento.
"Na época da chuva (janeiro a maio), os ônibus atolam nas estradas de terra e fica quase impossível sair daqui", afirma a agricultora Rosinalda Pereira de Santana.
A Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) conta com apenas seis técnicos para acompanhar as 6.000 propriedades no município. "O limite estimado para um acompanhamento razoável é de no máximo 120 propriedades por funcionário", diz o chefe do escritório da Emater, Francisco Carlos de Lima.
O Incra, a Emater e os proprietários reclamam da falta de financiamento oficial para o plantio. "O país tem de financiar produção e não CDBs, RDBs ou outros fundos", afirma o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Alegre, Haruo Takatani.

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