São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Nível de emprego deve continuar em queda
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Assim, qualquer resultado abaixo de 5% significa aumento do desemprego. Pode-se cravar, portanto: as condições gerais da economia levarão a um desemprego maior. Para a consultoria MCM, os desempregados passarão de 4,9% do total de trabalhadores, em 1995, para 5,6% em 96. É um claro desgaste político, pois o candidato FHC prometeu, como todo candidato, a geração de empregos, o que não vai ocorrer. Mas em termos de política econômica de médio prazo, a perda em 1996 não será tão alta. Os argentinos convivem há anos com taxas de desemprego próximas de 20%. O prognóstico brasileiro para 1996 não será um desastre, portanto, se o desemprego ficar abaixo dos 6%. Mas o resultado pode ser pior se ocorrerem alguns movimentos setoriais bastante viáveis. O sistema bancário deve passar por um processo de fusões e incorporações ao longo do ano, com a redução do número de bancos. E, pois, de empregos. O governo federal está empenhado numa reforma administrativa, com redução do número de funcionários públicos. Governos estaduais e principais prefeituras estão praticamente obrigados a entrar nessa mesma reforma. A indústria brasileira continua em seu processo de modernização. Em todo mundo, isso tem significado incorporação de tecnologias e redução do número de empregos. Finalmente, o avanço do processo de privatização, no governo federal e nos Estados, se ocorrer, provocará mais desemprego. Todas as estatais que passaram ao setor privado, no primeiro momento, sofreram forte redução do número de empregados. (CAS) Texto Anterior: Economia dependerá mais da política Próximo Texto: Atividade irá cair no 1º trimestre Índice |
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