São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Atividade irá cair no 1º trimestre
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Há aí, portanto, um efeito estatístico: a base de comparação é muito alta. De todo modo, o tamanho da queda no início de 1996 ainda é matéria controvertida. O economista Mikal Gartenkraut, da Rosenberg Consultores, acha que pode ser de assustadores 10%. Já para Estêvão Kopschitz Bastos, da Macrométrica, essa queda deve ficar entre 1% e 2%. O resultado final vai depender das vendas do Natal de 1995, em relação aos estoques formados pelo comércio. Se as vendas tiverem sido maiores do que a expectativa do comércio, então os estoques terão sido consumidos e o varejo fará novas encomendas à indústria. E a indústria tendo mais serviço, a atividade econômica será melhor ou menos ruim. Neste momento, consultorias já concordam quanto ao ritmo de 96: devagar no primeiro trimestre, começo de recuperação no segundo trimestre e desempenho positivo no segundo semestre. Será o contrário de 1995, que começou forte e terminou devagar. O número final do crescimento de 1996 depende do que ocorrer no primeiro trimestre, na economia e na política. Nesse período, haverá fortes pressões, dentro do governo FHC, para que o Ministério da Fazenda e o Banco Central, principais condutores da política econômica, reestimulem a atividade industrial. Como nota Gartenkraut, o maior risco para a continuidade do Plano Real estará na divisão da equipe econômica. Os números ruins do primeiro trimestre estimularão críticas à política econômica. FHC será pressionado a mudar para a linha comumente associada ao ministro do Planejamento, José Serra, que considera o nível de inflação aceitável -e, portanto, defende redução abrupta nos juros. Essa linha é oferecida a FHC como uma "flexibilização" do Plano Real. Mas ela provocará uma retomada na alta de preços. (CAS) Texto Anterior: Nível de emprego deve continuar em queda Próximo Texto: "Ideal é que juros caiam pela metade", diz Lopes Índice |
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