São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Fundos abertos têm meta de US$ 60 bilhões
FERNANDO CANZIAN
As empresas que estão lançando os fundos acreditam que poderão atrair até mesmo pessoas insatisfeitas com os 6% ao ano da poupança. Especialmente em um país onde se pode conseguir ganhos de até 30% ao ano acima da inflação em outras aplicações. Até hoje, os 30 maiores fundos de pensão abertos do Brasil conseguiram arrecadar de seus participantes menos de US$ 2,3 bilhões. É muito pouco se comparado, por exemplo, ao patrimônio dos fundos de pensão fechados, como o Previ, do Banco do Brasil. Os fundos fechados sempre foram mais estáveis e cresceram a reboque de depósitos mensais dos funcionários das empresas que gerem as aplicações. Mas sua capacidade de poupança já está bem explorada. Juntos, os 334 fundos fechados (121 de empresas públicas e 213 de privadas) têm hoje um patrimônio de US$ 58 bilhões. Dagoberto Orelhana, do Itaú, acredita que as regras mais flexíveis dos fundos abertos poderão gerar em menos de dez anos um patrimônio próximo ao de US$ 60 bilhões dos fechados. Seria ótima notícia para o Brasil, pois, quanto maior o nível de poupança de um país, maior a possibilidade de alcançar maiores taxas de crescimento. "Poupança significa dinheiro disponível nos bancos para financiar novos negócios através de empréstimos", diz Antônio Lopes Cristovão, diretor do Bradesco. Foi o dinheiro dos fundos de pensão fechados, por exemplo, que alavancou algumas das maiores privatizações no Brasil. Atualmente, o Brasil vem contornando seu baixo nível de poupança com dinheiro de investidores internacionais. A solução é imperfeita, pois, na economia globalizada, os investidores internacionais tendem sempre a correr atrás dos melhores rendimentos para seu dinheiro. E eles podem mudar do Brasil para outro país a qualquer momento. Texto Anterior: Feliz 1996, mesmo Próximo Texto: BC só para enfeitar? Índice |
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