São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
O Brasil é do Corinthians
JUCA KFOURI Calma! Corintianismo à parte, o alvinegro paulista foi o maior vencedor nacional de 1995.Basta fazer uma simples conta, até mesmo excluindo a conquista da Taça São Paulo de futebol júnior. O Corinthians ganhou a Copa do Brasil -que, na prática, dá o mesmo direito que o Campeonato Brasileiro vencido pelo Botafogo- e, de quebra, foi campeão paulista. O título estadual do Rio de Janeiro, como se sabe, ficou com o Fluminense de Renato Gaúcho. Mesmo admitindo que o Campeonato Brasileiro valeria mais num hipotético ranking nacional se comparado à Copa do Brasil -a única bela inovação de toda a gestão de Ricardo Teixeira na CBF-, a soma das conquistas corintianas será maior que a solitária do alvinegro carioca. É claro, que como a última impressão é sempre a que fica, pode parecer absurdo o raciocínio, coisa típica de quem quer puxar a brasa para sua sardinha. Mas não é não, juro. Tanto que nem se toca aqui na vitória também da Gaviões da Fiel no Carnaval paulistano e por três motivos: apesar da beleza do samba enredo, é claro que o Carnaval de São Paulo não se compara ao do Rio, além de Carnaval não ser disputado com bola e do fato de as torcidas organizadas estarem por baixo. Mas que o Corinthians teve um ano excepcional é indiscutível. O time campeão da Copa do Brasil e do Paulistão foi o melhor que habitou o Parque São Jorge desde os tempos da Democracia Corintiana, em 1982-83, aquele que tinha Sócrates, Casagrande, Leão, Zenon, Wladimir e por aí afora. Além disso, o Timão revelou um técnico para a nova safra de treinadores do país. O mineiro Eduardo Amorim, por sinal, foi integrante fundamental da equipe democrática de mais de dez anos atrás. Pena que a atual diretoria corintiana não teve coragem de se submeter às urnas, embora fosse melhor que quaisquer dos pretendentes declarados até agora. Pena também que a mentalidade vigente no clube mais popular do Estado mais rico da federação continue a léguas de distância do que poderia ser. Em 1996, o Corinthians terá sua terceira chance para passar a ser um clube de prestígio internacional. Em 1977 e em 1991, não foi longe na Libertadores. Agora, quem sabe? Terá a direção alvinegra coragem de fazer como o Grêmio, elegendo a Libertadores como prioridade e tratando o resto como tal? Feliz 1996! Texto Anterior: Notas Próximo Texto: Confronto de continentes deve agitar a São Silvestre Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |