São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Dole enfrenta desconfiança de republicanos
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Primeiro, terá de derrotar os sete colegas republicanos que vão disputar com ele as primárias e a convenção do partido. Mas essa será a parte mais fácil de sua missão: nenhum dos seus opositores parece ter a menor chance de arrancar de Dole a indicação republicana que ele já perdeu em 1980 (para Reagan) e 1988 (para Bush). Apesar disso, Dole está longe de ser o grande unificador do partido que Reagan, por exemplo, foi. Os mais conservadores sempre o viram com desconfiança e algumas de suas recentes tentativas de se aproximar deles soaram falsas e chegaram perto do desastre. Mesmo que nenhum de seus rivais republicanos possa ameaçar sua vitória no partido, unidos eles podem forçá-lo a aceitar uma plataforma eleitoral muito mais conservadora do que a sua individual. A reação conservadora também poderá impedir o improvável maior trunfo de Dole para novembro: uma chapa com o general Colin Powell como vice. Powell é tido como ainda mais moderado do que Dole pelos conservadores, que considerariam a parceria intolerável. O popular general negro já disse e repetiu que não vai ser candidato a nada este ano. Mas a história política dos EUA mostra que um convite para a candidatura à Vice-Presidência é quase irrecusável. No caso de Powell, há uma atração a mais: Dole se comprometeu a não se candidatar a uma eventual reeleição. Depois, virá o embate com Clinton e, talvez, Perot. Muitos eleitores republicanos vão (como em 1992) abandonar o candidato do partido para ficar com o empresário, e, com isso, ajudarão a eleger Clinton de novo. (CELS) Texto Anterior: Perot abre crise no bipartidarismo Próximo Texto: Gigolôs da tragédia Índice |
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