São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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Jumento do Estado não se reproduz e perde emprego Comprado pelo governo, animal está em sítio particular CARLOS MAGNO DE NARDI
A saga do jegue estatal é uma sucessão de erros, a começar pela compra. Normalmente, quem adquire esses animais é a Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) ou o Instituto de Zootecnia do Estado. No caso desse jegue, a negociação foi feita pelo próprio gabinete do secretário de Agricultura. O pacote incluía, além do jumento raça pêga, 11 cavalos percheron. No total, o Estado gastou US$ 42 mil dólares segundo dados da própria Secretaria da Agricultura. Depois de um período "lotado" no gabinete do secretário, foi "comissionado" em Magda (533 km a noroeste de São Paulo), no projeto Posto de Monta. Em agosto de 93, por solicitação da Cati, gerenciador do programa, o projeto foi suspenso. Não surgiram interessados em tração animal, e as prioridades da coordenadoria eram bovinos de leite, corte e suinocultura. Na mesma data em que pediu a suspensão do projeto (oito meses depois da compra dos animais), a Cati apresentou um relatório sobre o jegue: "O animal, um jumento da raça pêga, tem problemas de fertilidade, não tendo realizado nenhuma cobertura (cruzamento)". Inútil e sem "comissionamento", o jumento foi parar no Sítio do Pardal, em Magda, propriedade de um engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, José Roberto Vita. "Já mandei várias cartas para a secretaria pedindo a remoção do animal, mas ninguém me atende. Ele só me traz prejuízos", diz o agrônomo. Indócil, o jumento já quebrou várias vezes a cerca e briga constantemente com cavalos e éguas do sítio. Texto Anterior: OS TENTÁCULOS DO ESTADO Próximo Texto: Covas lista as privatizáveis Índice |
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