São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Obra custa US$ 2,1 bi e beneficia quatro Estados

DA REDAÇÃO

O projeto de transposição do rio São Francisco prevê o bombeamento de águas do rio para quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.
O empreendimento foi anunciado em abril do ano passado, pelo então ministro da Integração Regional, Aluizio Alves. Seu custo é estimado em US$ 2,1 bilhÕes.
Na época, Alves dizia que US$ 600 milhões estariam assegurados por bancos europeus e japoneses.
Com esses recursos, seriam construídos 240 quilômetros de canais e quatro estações elevatórias (que nivelariam o São Francisco com os leitos naturais de rios quase secos dos quatro estados).
Nessa etapa, o rio forneceria 50 metros cúbicos de água por segundo. O restante da obra dependeria de empréstimos do Banco Mundial. Numa segunda fase, daria 250 metros cúbicos por segundo, por 2.000 quilômetros de canais.
A primeira estação elevatória seria construída em Cabrobó, na divisa de Pernambuco com a Bahia. O projeto inclui ainda a construção de duas barragens: Castanhã (CE) e Carmo (RN).
A idéia do projeto era abastecer 220 cidades, irrigando 1,6 milhão de hectares.
No dia 13 de julho, o então presidente Itamar Franco aprovou o projeto. Um mês depois, desistiu da idéia. Um relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia dizia que a área a ser beneficiada havia sido superdimensionada.
O projeto é polêmico. Técnicos da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) dizem que o projeto prejudica o potencial hidrelétrico do rio.
Segundo a Chesf, para cada 1.000 litros de água retirados por segundo do rio, 2,6 megawatts deixarão de ser produzidos, quantidade de energia suficiente para abastecer uma comunidade de cerca de 10 mil habitantes.
Um dos maiores opositores da idéia é o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Esse projeto é um escândalo. Vai ser o primeiro pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que assinarei ao chegar ao Senado", disse ACM em julho do ano passado.

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