São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Troca de enredo por patrocínio fracassa

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

As escolas de samba do Rio fracassaram na tentativa de usar os enredos para atrair patrocinadores. A tática foi inaugurada sem sucesso pelas escolas durante 94, segundo ano de ausência dos bicheiros. Antes da prisão, em 93, os maiores bicheiros sustentavam parte dos gastos das escolas.
A Estácio de Sá, cujo enredo deveria abordar a arquitetura no Brasil, foi convencida pela direção do Flamengo a homenagear o centenário do clube. Um dos itens do acordo previa a doação de camisas do Flamengo para serem vendidas pela escola na quadra de ensaio. Não saiu do plano das intenções.
O único fruto que o acordo rendeu para a escola foi o uso do ginásio do Flamengo, na Gávea (zona sul), para ensaios nas quatro sextas que antecedem o desfile.
"Não me arrependo, em consideração aos torcedores. Me arrependo de tê-lo adotado com base em promessas", diz o presidente da escola, Acyr Pereira Alves. O carnavalesco Mário Borrielo defende uma mudança no item que proíbe o merchandising. "Com bom senso, pode ficar bonito."
O único merchandising permitido é nas camisetas dos diretores e dos empurradores das alegorias (de 300 a 500 por escola).
O presidente da Imperatriz Leopoldinense, Wagner Araújo, tentou —sem sucesso— obter do governo cearense uma ajuda para a carnavalesca Rosa Magalhães desenvolver o enredo "Mais vale um jegue que me carregue do que um camelo que me derrube ... lá no Ceará". Para 96, ela já foi à Áustria pedir R$ 500 mil para montar um enredo sobre a imperatriz Leopoldina, que era austríaca.

Texto Anterior: 'Dança do Jhaco' é o hit de 95 na Bahia
Próximo Texto: Escolas buscam profissionalização e já não pensam mais em milhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.