São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Escolas buscam profissionalização e já não pensam mais em milhões

DA SUCURSAL DO RIO

Com os bicheiros em plena atividade no mundo do samba, as escolas estimavam custos anuais na casa dos milhões de dólares.
Em 95, as mais ricas, como a Imperatriz Leopoldinense, já não falam em milhões. A carnavalesca Rosa Magalhães orçou seu desfile em R$ 600 mil. É o que espera gastar na montagem dos carros alegóricos e nas fantasias das baianas, comissão de frente, bateria, mestre-sala e porta-bandeira.
A Mangueira, que na época dos bicheiros era a prima pobre, saiu atrás de fontes alternativas e deve gastar R$ 1 milhão, segundo o presidente, Roberto Firmino.
A escola tem como enredo Fernando de Noronha e não conseguiu recursos do governo de Pernambuco. "Eles deviam contribuir. O mundo inteiro vai conhecer o arquipélago pela televisão e eles vão ganhar uma fortuna com o turismo", diz Firmino.
A ausência dos bicheiros acabou profissionalizando a escola. Há três anos a Mangueira escola contratou a ZMM Promoções e Serviços para comercializar sua marca e montar pacotes para turistas, principalmente de São Paulo.
A empresa usa os 40 camarotes aos quais a Mangueira tem preferência de compra e monta pacotes que incluem passagem aérea, traslado, hospedagem e serviço de bufê. A Mangueira espera lucrar R$ 200 mil com a parceria.
Este ano, a ZMM fez contratos semelhantes com o Salgueiro e a Estácio, montando pacotes com 120 camarotes, com 12 lugares cada. Os preços para um grupo variam de R$ 16 mil a R$ 37,7 mil.

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