São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sobrecarga de informações pode prejudicar desempenho no trabalho

DO "USA TODAY"

A rotina matinal inclui um exame atento do jornal e uma passagem pelos canais de TV: notícias, trânsito, previsão do tempo. Deus o livre perder qualquer coisa sobre a qual seu chefe possa comentar.
Seu dia de trabalho continua no carro, ao telefone. E prossegue no escritório: correspondência computadorizada, correio de voz, correio expresso, correio comum, fac símiles, mensagens, memorandos.
"O escritório é um lugar terrível para se trabalhar hoje em dia", disse certa vez Alvin Toffler (autor de "O Choque do Futuro") a Jeff Davidson, consultor administrativo da Chapell Hill na Carolina do Norte (Estado norte-americano).
Assim é a sobrecarga de informações: um jato de mais dados vindos de mais fontes —e mais rápido— do que jamais anteriormente. A saída? Desista da ilusão de que você pode se manter em dia.
"O mundo continuará sem você", diz Stephen Cole, porta-voz da IBM em Kingston e Poughkeepsie (Nova York, EUA), que mudou seu comportamento no trabalho depois de sofrer um ataque do coração. "Eles não vão escrever em sua lápide que você ainda tinha dez dias de férias."
Sente-se bombardeado? Você não está louco nem é menos dotado que os outros, escreve Jeff Davidson em "Breathing Space: Living and Working at a Comfortable Pace in a Sped-Up Society" ("Espaço para Respirar: Vivendo e Trabalhando em um Ritmo Confortável numa Sociedade Acelerada").
O volume de informações comparado com cinco anos atrás é "insuportável", diz Barbara McMullen, diretora do Colégio Marista de Poughkeepsie (Nova York).
Em casa, quem tem um computador compra serviços de correio eletrônico, participa de conferências sobre centenas de assuntos e acessa a Internet, a vasta rede de computadores que liga universidades, museus e outros bastidores do conhecimento, diz McMullen.
"É uma revolução", diz Denise VanBuren, porta-voz da Central Hudson Gas and Electric Corporation, em Poughkeepsie.
Ela tirou licença entre 1990 e 1993 para cuidar do filho. Na volta, diz que ficou "absolutamente atônita" com a mudança: "Voltei para um mundo de fax, computador e correio eletrônico".
Por um outro lado, essa mesma tecnologia, que torna tudo tão rápido e fácil, pode com a mesma velocidade transformar-se numa inimiga. O resultado, diz ela, é que "as pessoas acordam pensando que estão ficando para trás".
Nunca teremos descanso? Não nas próximas décadas, prevê Davidson. Para ele, estamos apenas em transição para a era da informação. "Um estágio semelhante ao dos abusos trabalhistas que precederam a era industrial."

Tradução de GLADYS WIEZEL

Texto Anterior: EUA indenizam em US$ 7 mi
Próximo Texto: Beto Carrero World abre 5.000 vagas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.