São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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Carlitos está mais moderno
INÁCIO ARAUJO A modernidade de que fala Chaplin neste filme é a da máquina que oprime o operário, da engrenagem que submete o homem. Os tempos são outros. O humanismo virou peça de museu, os pobres tornaram-se não mais os temíveis agentes da revolução futura, mas um aborrecido fardo com o que não se tem o que fazer. No entanto, piada após piada —e elas não param de aparecer—, esse passado de que fala Chaplin é curiosamente mais perturbador, mais inquietante do que o futuro de "Metrópolis" (o filme de Fritz Lang), por exemplo. Foi a última batalha de Chaplin contra o cinema falado. A última vez que Carlitos, sua roupa, sua bengala, entraram em cena. Uma despedida que não poderia ser mais triunfante e mais presente.(IA) TEMPOS MODERNOS (Modern Times). EUA, 1936, 85 min. Direção: Charles Chaplin. Com Charles Chaplin, Paulette Goddard. Em preto-e-branco. Na Globo. Texto Anterior: Mediterrâneo é atração em documentário; O Islã visto pelo Canadá; Dalla canta em Viña Del Mar; Pirâmides em animação; Três atores e muita confusão; Madonna em versão integral; Hopkins atrás das câmeras Próximo Texto: O delírio como política Índice |
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