São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Pintor de paredes acusa empregada de assédio sexual

ANDRÉ KOVALEVSKI
DA FOLHA NORTE

O pintor de paredes Ernesto Mulina da Silva, 49, prestou queixa de assédio sexual na Delegacia da Mulher de São José do Rio Preto (SP), contra a empregada Maria Natalina dos Anjos Quartieri, 34.
Segundo ele, ela estaria o assediando sexualmente há quatro meses. "Ela vem me mandando bilhetes diariamente", disse. Os dois são vizinhos há oito anos e moram na periferia de Rio Preto.
O caso foi registrado no dia 31 de janeiro. O pintor, casado há 28 anos com a dona-de-casa Célia da Silva, 47, admite que no dia 29 de dezembro manteve relações sexuais com Maria Natalina, depois de ter recebido um bilhete dela.
"Eu tinha bebido um pouco e fui ver o que ela queria", afirmou. Segundo Mulina, a empregada o ameaçou dizendo que mesmo não "transando", ela "contaria para todo mundo" e para sua mulher que eles teriam tido um caso. "Foi ela quem pagou o motel", disse.
Maria Natalina nega as acusações do pintor. "Eu nunca ameacei ele. Era ele quem me chamava para ir ao motel", afirma.
Segundo ela, o pintor manteve relações sexuais com ela não apenas uma vez. "Foram mais de dez", diz. Maria Natalina afirma que mantinha com pintor um caso amoroso que durou quatro meses. Ela diz que há um mês decidiu pelo fim do caso, porque Mulina estaria interessado em outra mulher.
Segundo ela, era o pedreiro quem pagava o motel. "E não era só uma hora. Ele pagava para ficar cinco horas", afirma.
Viúva há oito anos, a empregada diz que nunca amou o pintor, mas que "tinha necessidade de manter relacionamentos sexuais". "Ele inverteu a história. Eu não poderia amar aquele velho gagá."
Mãe de três filhos, um adulto e dois menores, a doméstica está desempregada e atualmente vive com uma pensão de R$ 340.
O Código Penal Brasileiro não possui nenhuma referência à prática de assédio sexual. Segundo o advogado criminalista José Cury Neto, 52, apenas as leis norte-americanas tratam especificamente do assunto. Para Cury, o caso poderia ser encarado como "perturbação do sossego".

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