São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995 |
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Menores infratores expõem no Rio
DANIELA RIBEIRO
Este é o resultado do curso de pintura que o artista plástico Antonio Veronese, 41, autor do painel "Famine", símbolo da Campanha Ação da Cidadania, desenvolveu com eles, a pedido da Secretaria Municipal da Cultura. Os menores, de 12 a 19 anos, saíram do Criam da Penha, da Fundação São Martinho, da Casa de Acolhida da Pastoral do Menor e do projeto "Se essa rua fosse minha...". Entre as infrações estão assaltos, tentativas de homicídio, agressões e furtos. Eles trabalharam durante um mês. Pintaram marinas, paisagens, abstratos e mulheres. Alguns quadros têm como tema a morte e outros homenagearam Ayrton Senna e Tom Jobim. O menor F.C.B., 18, ou Chico, como assina, é apontado por Veronese como uma revelação. Jurado de morte, o menino apenas rabiscava antes do curso. Hoje faz quadros que impressionam pela técnica. R.C., 16, aprendeu a escrever para assinar seus quadros. Preso por tentativa de homicídio, Rafael demonstrou talento durante o curso, especialmente com as cores. Veronese, que retrata menores de rua desde 91, ficou impressionado com a velocidade de aprendizado dos meninos. "Sem recurso nenhum, eles fazem quadros que lembram Munch, Robert Delaunay e Van Gogh." Depois do curso, os menores escreveram uma carta à secretaria pedindo a continuidade das aulas e foram atendidos. "Isto serve de simbologia para as autoridades. É muito melhor ensinar pintura às crianças que apartá-las. Temos que mostrar que a pintura pode ser a saída", disse Veronese. Texto Anterior: Pintor de paredes acusa empregada de assédio sexual Próximo Texto: Juíza Denise Frossard contrai leptospirose Índice |
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