São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Defesa Civil demora para atender vítimas

Sobrecarga causa atraso de até 24 h

DA REPORTAGEM LOCAL

A Defesa Civil de São Paulo não tem conseguido atender de forma rápida as chamadas que recebe através do telefone 199. A demora chega a 24 horas.
O órgão vistoria áreas com risco de desabamento e auxilia trabalhos de resgate, fornecendo maquinário e mão-de-obra para remoção das pessoas dos locais atingidos.
A equipe de atendimento da Defesa Civil é formada por policiais militares, policiais da Guarda Civil Metropolitana, bombeiros e funcionários da prefeitura.
Os atendentes realizam uma triagem das chamadas e as encaminham para o Corpo de Bombeiros, para a Companhia de Engenharia de Tráfego ou, na maioria das vezes, para as administrações regionais.
Normalmente, a Defesa Civil recebe 10 chamadas por dia. Anteontem, foram 151. Ontem, entre 0h e 20h, foram 93 ocorrências atendidas.
"Estamos sobrecarregados, não temos condições de atender a todos prontamente. É uma situação excepcional", afirma o soldado da PM Almir Carlos Moreira, 33, chefe do atendimento da Defesa Civil.
A Folha acompanhou ontem o atendimento a uma chamada recebida na regional do Campo Limpo (zona sul).
O telefonema havia sido feito anteontem à tarde, mas os fiscais da prefeitura foram ao local somente ontem às 14h, quase 24 horas depois.
Um morro havia desabado sobre uma casa, destruindo o teto de um cômodo. "Foi um milagre ninguém ter morrido. Minha neta saiu do quarto alguns segundos antes do teto cair", afirmou a moradora Efigênia da Silva Cruz, 60.
A casa foi interditada e seu proprietário, Ronaldo Cruz, 36, intimado a construir um muro de arrimo no fundo do terreno.
Segundo o técnico da regional do Campo Limpo que fez a visita, quando o terreno é particular, o trabalho da prefeitura é apenas notificar o proprietário sobre o perigo de desabamento.
"A prefeitura somente presta assistência social, oferecendo abrigo e cestas básicas, quando o terreno é municipal, no caso de favelas, por exemplo", diz.

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