São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Prioridade: educação

Mais e mais se reconhece em todo o mundo que o conhecimento e o preparo da força de trabalho constituirão fatores fundamentais para o desenvolvimento nos próximos tempos. Além disso, a educação é, como se sabe, um instrumento de melhoria das condições sociais. Nesse sentido, não deixa de ser auspicioso o pronunciamento feito ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso classificando a educação como a prioridade máxima do seu governo.
O mandatário elencou uma série de providências que pretende adotar para começar a corrigir a desastrosa situação do setor no país. São medidas que caminham na direção correta, como a preocupação com a capacitação dos professores, a definição de um currículo básico para o país e a idéia de avaliar as escolas por meio do desempenho dos seus alunos em testes nacionais.
Vale lembrar, contudo, que muitas propostas interessantes já feneceram, inócuas, na história do país, seja porque nunca saíram do papel, seja porque não foram implementadas de forma adequada.
É importante assim que a opinião pública cobre do governo a concretização das teses expostas pelo presidente. Dois pontos, aliás, já têm um horizonte de tempo definido: reuniões de FHC com governadores e do ministro da Educação com secretários de Estado da mesma pasta foram marcadas para março.
Ademais, a implementação das medidas pressupõe uma participação no mínimo duvidosa da própria máquina pública. Nesse sentido, as metas para a educação passam por uma reforma administrativa, que dê eficiência, agilidade e transparência ao poder público.
O discurso por fim conclama empresas e sociedade a participar dessa cruzada pela educação. Num país pobre e socialmente pouco engajado como o Brasil, é um chamado que corre o risco de cair em ouvidos moucos. Mas é uma idéia que merece ser levada adiante. O envolvimento da comunidade nas escolas não pode apenas contribuir para melhorar o ensino. Constitui também uma ótima oportunidade para o exercício da cidadania.

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