São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995 |
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Fiat e VW divergem sobre aumento do IPI
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Para a Volks, o aumento, combinado com redução do mesmo imposto para carros médios e de luxo, melhora a arrecadação, eleva vendas em geral e equilibra o mercado. A Fiat acha exatamente o contrário. Na última reunião da Câmara Setorial Automotiva, essa divergência ficou explícita e quase deu em briga pessoal. O superintendente da Fiat, Pacifico Paoli, apresentou um relatório sustentando a tese contrária à elevação do IPI sobre os populares. Apresentou números e estimativas de queda de vendas e de arrecadação. Seguiu-se a intervenção do vice-presidente da Volks, Miguel Jorge, que informou desde logo que seus números divergiam daqueles apresentados pela Fiat. E foi surpreendido pelo comentário brusco de Paoli. "Os números da Volks são falsos", disse o superintendente da Fiat, criando um evidente mal-estar na ampla mesa de reuniões. Especialmente porque Miguel Jorge reagiu na hora, com a voz alterada. "Eu não vou admitir isso aqui, não vou aceitar esse tipo de comentário", disse Jorge, levantando-se e apontando o dedo para Paoli. Tudo isso diante do olhar preocupado da ministra da Indústria e Comércio, Dorothea Werneck. Mas seguiu-se logo uma operação de pacificação e a reunião seguiu até o final sem novos incidentes. A tese da Volks acabou sendo vencedora. O governo decidiu aumentar o IPI dos populares e a ministra tem apoiado a proposta de redução desse imposto para carros médios. Segundo a Folha apurou, a idéia é reduzir para 15% o IPI do carros entre 1.400 e 1.600 cilindradas. Os demais continuariam na faixa dos 25%. Mesmo assim, Miguel Jorge não absorveu o que definiu como a "provocação" de Paoli. "Um estrangeiro (Paoli é italiano) não tem o direito de dizer que estou mentindo para uma ministra do meu país", reclama Miguel Jorge. Texto Anterior: "Cuervo" embala o sonho de revanche dos derrotados Próximo Texto: Direitos gays devem compor pauta do Congresso este ano Índice |
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