São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Enchentes criam 'arquitetura do desespero'

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Cansada de aguardar soluções municipais e estaduais contra as enchentes, a classe média paulistana partiu para a guerra e está erguendo "barricadas" que enfeiam mas protegem seus imóveis.
Muros, rampas, escadas e até diques no quintal: vale tudo na tentativa de deter a água que invade casas e garagens de prédios.
"É a arquitetura do desespero. Quando a água vem, rápida como uma 'bolha assassina', a estética não interessa mais nada. É uma guerra mesmo", diz o arquiteto Gianfranco Vannucchi, projetista do edifício pós-moderno Terra Brasilis, na avenida Berrini, no Brooklin (zona sul).
Vannucchi se tornou um entusiasta das obras antienchente depois que a água do córrego Pirajussara invadiu a garagem do prédio onde mora, no Butantã (zona oeste), destruindo o seu Uno.
Hoje o prédio dispõe de sirene no poço do elevador (dispara quando a água chega), rampa na entrada da garagem, portas de ferro, válvulas para tampar os ralos e bomba para remover a água infiltrada. "Estamos próximos da perfeição", diz, orgulhoso.

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Sobre enchentes à pág. 10.

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