São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Comichão dos 7 anos atrapalha Romário

RUY CASTRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A torcida do Flamengo está pouco ligando se Romário joga futevôlei no trailer Viajandão, se ganha US$ 2 milhões por ano ou se vive emplacando filhos na Sarita Montiel ou em qualquer outra espanhola em idade de procriar.
Ao contrário. O torcedor carioca acharia esquisito seria se Romário passasse suas horas de folga jogando bocha. A nação rubro-negra fará vista grossa a qualquer vida supostamente bandida de Romário, se, em campo, ele fizer os gols que se espera dele.
Mais, para o Fla-Flu de hoje, em que Romário vestirá pela primeira vez a camisa 11 do Flamengo, ele terá que se superar.
Afinal, depois de vários contratempos, Mônica, sua mulher, pediu na Justiça o arrolamento dos bens do jogador, enquanto não se consuma o divórcio entre os dois.
É um direito de Mônica. Afinal, poucas esposas gostam de ver outras mulheres se atropelando para contar que foram para a cama com seu marido.
Mas Mônica faria melhor se mandasse buscar na locadora uma cópia de "O Pecado Mora ao Lado", a grande comédia de Billy Wilder. É a história de um marido exemplar que, aos sete anos de casamento "como Romário" começa a sentir um comichão nos baixos meridianos e protagoniza "em pensamento" loucas fantasias com a vizinha. No fim do filme, com os delírios saciados, volta bonitinho para a mulher —e olha que essa vizinha é Marilyn Monroe.
É exatamente o que poderia acontecer com Romário, se Mônica tivesse paciência. Infelizmente, ela tem profissionais que a aconselham a não esperar.
A esperança da torcida é que esse arrolamento dos bens de Romário leve pelo menos até o fim do ano. Ele adquiriu tal patrimônio enquanto jogou na Europa que, enquanto os advogados fazem as contas, terá tempo de levar o Flamengo a ser campeão carioca, brasileiro, sul-americano e mundial.

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