São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Luiza Tomé se diz feliz por viver personagem cosmopolita

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Convocada à última hora para viver um dos principais papéis femininos da novela das oito da Rede Globo, "Pátria Minha", a atriz Luiza Tomé não desgruda os olhos dos jornalistas que têm ido entrevistá-la nos últimos dias.
Diante da emergência de ter que substituir Vera Fischer na trama —em função do afastamento desta, por indisciplina—, Luiza teve pouco tempo para compor sua personagem, a jornalista Isabel Nogueira.
Por isso, aproveita o comportamento dos jornalistas para enriquecer o universo de Isabel. "De você mesmo já tirei algumas coisas", disse ao repórter.
Escalada sempre para papéis que classifica de "regionais", como a Maria dos Remédios da novela global "Fera Ferida", ela se diz feliz pela oportunidade de interpretar, pela primeira vez, uma personagem com ar cosmopolita.
"Isabel é superdiferente de tudo que já fiz. Ela é jornalista, uma mulher inteligente, que mora no exterior", afirma. Para dar forma à personagem, Luiza diz usar sua "intuição".
Mulher elegante, vivendo há mais de dez anos em Paris, Isabel volta ao Brasil para formar par romântico com Pedro (José Mayer) —que ficou só com a saída de Lídia, vivida por Vera.
Embora a expectativa geral seja a de que Isabel termine a novela com Pedro, Luiza afirma não saber ainda se o autor Gilberto Braga vai fazer sua personagem se apaixonar pelo galã.
Esta incógnita é, para a atriz, um dos maiores prazeres do trabalho em novelas. "É um exercício de surpresas, você nunca sabe o que vai acontecer."
Como aceitou o papel a cinco dias das gravações, seu problema é correr atrás do tempo perdido.
"Estou recebendo os textos e o que sinto boto para fora", diz. As gravações começaram na semana retrasada e Isabel deve entrar na trama nesta terça.
Apesar do atropelo, Luiza acha que está se saindo bem e já se adaptou ao papel —ainda mais por trabalhar com Mayer. "Já trabalhei com o José Mayer em 'Tieta', e a gente se dava muito bem. Ele é um ótimo ator, generoso. Fica fácil contracenar com ele."
Além de observar o trabalho dos jornalistas, Luiza utiliza outro recurso para enriquecer Isabel: inventa um passado para a jornalista, para dar consistência emocional aos seus atos.
É uma fórmula que usa sempre. "É para dar vida interior à personagem. Crio uma história minha, para explicar porque ela é boa, má, revoltada."
Este recurso dramático já lhe causou grande surpresa em "Tieta". Como de hábito, Luiza criou um passado para sua Carolzinha. "Inventei até o nome Júnior para o filho que ela teve. Quando veio o script, a história passada que inventei era a mesma da personagem do Aguinaldo. Até o nome do filho."

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