São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Ex-professora vive bem com RS$ 8 mil

FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O salário de R$ 8.000 que passou a receber como senadora vai dar à professora Emília Fernandes (PTB-RS), 45, seu primeiro carro. Antes de ser eleita, Emília ia para o trabalho a pé, vestia roupas que ela classifica de "humildes" e não podia sequer investir em sua profissão comprando livros ou fazendo cursos fora da cidade em que morava, Santana do Livramento (distante 500 Km da capital gaúcha).
Emília também quer investir em roupas. "O cargo exige maiores compromissos", diz. Até o momento, a senadora não visitou as lojas de Brasília, pois sua prioridade no momento é a administração doméstica.
"O Senado dá o apartamento mobiliado, mas não tem nenhum eletrodoméstico. O apartamento é todo acarpetado e não tem nem aspirador de pó", disse ela. Só em equipamentos para a casa, Emília já gastou R$ 3.000.
Com o salário de professora, Emília gastava basicamente em alimentação e roupas "singelas". Além disso, pagava as prestações da casa que comprou com um financiamento.
Para a posse em Brasília, ela e a família enfrentaram sete horas de ônibus até Porto Alegre, onde pegaram o avião: "Acho que o salário mínimo está extremamente distorcido e em desacordo até com a Constituição", afirma.
Emília disse esperar que FHC envie para o Congresso, além das emendas para a reforma constitucional, um projeto para melhorar o salário.

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