São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Menem quer ser avisado se Brasil alterar câmbio

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente Carlos Menem reuniu-se na manhã de ontem com todo o ministério antes do encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Foz do Iguaçu. Menem decidiu solicitar a FHC que avise com antecedência se irá desvalorizar o real.
"Não vamos pedir garantias. Não há vontade de ambas as partes de desvalorizar depois da crise que afetou o México, mas pediremos um mecanismo de pré-aviso para evitar surpresas", disse o ministro das Relações Exteriores, Guido Di Tella após a reunião.
Durante a reunião, que durou quatro horas, o ministro de Economia, Domingo Cavallo, avaliou a crise financeira que afeta os bancos argentinos e a persistente queda no mercado de ações depois da desvalorização do peso mexicano, em 20 de dezembro.
Cavallo considera que o mercado financeiro ficará mais tranquilo quando tiver demonstrações efetivas do governo de que não haverá déficit nas contas públicas.
Ele pediu aos demais ministros para que não pressionem por aumentos adicionais de gastos. Uma das principais preocupações manifestadas na reunião foi a política cambial brasileira. Teme-se que FHC adote nos próximos meses paridade de um por um no câmbio —US$ 1,00 valendo R$ 1,00.
Isso encareceria as exportações para o Brasil. Hoje, os produtos argentinos estão mais competitivos no mercado brasileiro por causa da sobrevalorização do real.
A três meses das eleições de maio, em que disputa um segundo mandato, Menem precisa da estabilidade cambial brasileira para evitar mais problemas na economia doméstica.

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