São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Bancada de SP na Câmara é contra privatizar Banespa

DAS SUCURSAIS

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), tem o apoio da maioria da bancada paulista no Congresso contra a privatização do Banespa. Covas quer usar o peso político do Estado para evitar a venda do banco.
Segundo levantamento feito pela Folha, pelo menos 40 dos 70 deputados federais de São Paulo são contrários à privatização do Banespa, defendida pela equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda).
Entre os que se manifestaram contra a medidas, há deputados influentes como José Aníbal, líder do PSDB na Câmara, e Nélson Marquezelli (PTB), um dos porta-vozes da bancada ruralista.
"O Estado de São Paulo deve R$ 10 bilhões ao banco. Se o Banespa for privatizado, a dívida será executada e o Estado quebra", argumenta Aníbal.
O deputado utiliza o mesmo raciocínio de Covas: o Banco Central também é responsável pela crise e deve contribuir para uma solução que recupere o banco.
A interlocutores, Covas se queixa por ser tratado pelo BC como o único responsável pela capitalização do Banespa.
Segundo Marquezelli, toda a bancada ruralista —cerca de 120 parlamentares— é contra a privatização. Em todos os partidos com representação na bancada paulista há deputados contrários à privatização. PT, PTB, PDT, PC do B e PSB (total de 22 parlamentares) já fecharam posição contra a medida.
Duas comissões suprapartidárias foram formadas no Congresso para fazer oposição à venda do Banespa e de outros bancos estaduais.
A primeira, formada por 35 deputados paulistas, chamou o presidente do BC, Pérsio Arida, a explicar a idéia de privatização do Banespa na próxima quarta-feira.
A outra comissão é articulada por 40 parlamentares do PT, PC do B e PSB, e pretende atrair deputados e senadores para defender os bancos públicos.
O interventor do Banerj, Eduardo Gomes da Silveira Júnior, disse ontem que o BC estuda fazer cortes de pessoal e de agências do banco estadual do Rio.
Ele anunciou que já foram efetivadas a redução de 32 cargos e funções comissionadas na estrutura da direção geral e a demissão de 80 contratados e prestadores de serviços.

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