São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Conselho oferece campanha de graça

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Nacional de Propaganda (CNP), entidade sem fins lucrativos que reúne agências de publicidade, veículos de comunicação e anunciantes, confirmou ontem a disposição de apoiar as campanhas educacionais do governo federal.
O CNP foi indicado pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Propaganda), após consulta os associados. A indicação é uma resposta a apelo formulado pelo Ministério da Educação.
"Já estamos colaborando com o esforço nacional pela educação através de material que vem sendo assinado pelo Pacto pela Infância", disse o publicitário Hiran Castello Branco, presidente do conselho.
Castello Branco acredita que não terá dificuldade de obter ajuda voluntária das agências. A W/Brasil criou peças publicitárias para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Young & Rubicam, segundo afirma, já se comprometeu a criar uma campanha anti-drogas.
"Como o Ministério da Educação não dispõe de recursos, tentaremos obter parcerias junto às empresas e esperamos que o ministério faça o mesmo", afirmou.
Os recursos são necessários para a execução das campanhas e envolvem a produção de comerciais de TV e outras despesas materiais.
Em geral, as campanhas assinadas pelo CNP são veiculadas com apoio dos meios de comunicação —emissoras de rádio e TV, jornais e revistas.
O conselho é responsável por campanhas comunitárias há 30 anos. Assinou slogans em favor da exportação ("exportar é a solução") e em favor da livre iniciativa. Em anos recentes, passou a criar material de publicidade para a Unicef no Brasil.
A falta de recursos e a necessidade de divulgar suas atividades, fizeram o governo federal decidir utilizar o PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, para assumir a responsabilidade da contratação de agências publicitárias.

Representação
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) entrou ontem com uma representação solicitando que o Ministério Público Federal investigue a contratação de empresas de marketing pelos tucanos.
A agência de publicidade DM9, o instituto de pesquisa MCI (Marketing e Comunicação Institucional) e a agência Som e Letras trabalharam na campanha eleitoral de FHC e prestarão assessoria ao governo federal.
Cunha afirma em sua representação que a Lei de Licitações exige licitação para contratação de serviços publicitários.
"Em se aceitando como válida a pretensão do PSDB —pessoa jurídica de direito privado—, a Lei de Licitações restaria prejudicada", diz o documento.
Em seguida, ele afirma que o Estado é "uma ordenação suprapartiária", cujos "interesses, atribuições e finalidades não se confundem com os dos partidos."

Colaborou a Sucursal de Brasília

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