São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Vendas de veículos caem 22% em janeiro

FLAVIO CASTELLOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vendas de veículos caem 22% em janeiro
As vendas de veículos cairam 21,8% em janeiro, com relação a dezembro e subiram 15,6% em comparação a janeiro de 94.
Os dados são da Fenabrave (associação das revendedoras de veículos). "A expectativa de vendas para janeiro era maior", disse Sérgio Reze, presidente da associação.
Reze aponta as férias coletivas das montadoras e o atraso no fornecimento de algumas peças por parte dos fornecedores como principais razões da queda.
Considerando-se apenas o segmento de carros, a queda com relação a dezembro foi de 28,5%.
O segmento que apresentou maior queda em relação a dezembro foi o de ônibus: -37,2%. Para os caminhões, a redução foi de 10,8% e para motocicletas, a queda foi de 7,7%.
Os segmentos de máquinas agrícolas e comerciais leves foram os únicos que apresentaram crescimento de vendas em relação a dezembro. O crescimento foi igual a 48,6% e 2,4%, respectivamente.

Aumento do IPI
Reze considera "lamentável" o aumento da alíquota do IPI sobre os carros "populares" para 8%, sem qualquer contrapartida —uma redução para os modelos médios.
Na sua opinião, a medida desestimula a produção do setor automotivo, pois não encoraja a migração dos consumidores para a faixa imediatamente superior à dos "populares", já que o IPI dos médios foi mantido em 25%.
Segundo Reze, o aumento de preço dos "populares" será de 9%. Ele acredita que vai haver uma pequena redução da demanda nesse segmento, em função da alta de preços.
Mesmo assim, considera a medida ineficiente contra a cobrança do ágio. "Só serve para aumentar a arrecadação do governo."
Na sua avaliação, o problema do ágio só será definitivamente resolvido, se as montadoras decidirem aumentar seus níveis de produção, para atender o mercado.
Segundo Reze, não há ágio nas concessionárias. "O ágio é um elemento marginal ao sistema de vendas de veículos. É exceção e não regra", disse.
Ele considera que a questão do reescalonamento do IPI ainda não está encerrada.
Na sua avaliação, caso o governo reduza a alíquota dos modelos médios, não vai haver sobrepreço também neste segmento, já que a capacidade produtiva é maior.
"Mille on line"
As vendas através do sistema "Mille on line", criado para combater o ágio sobre os "populares", não serão retomadas na segunda-feira, como havia sido anunciado.
A assessoria de imprensa da Fiat informou que a autorização oficial do governo para que os sistema volte a funcionar não foi publicada no Diário Oficial.

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