São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995 |
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A dança do par perfeito
INÁCIO ARAUJO Ginger e Fred não eram um par, mas o casal por excelência. São diferentes, mas se compreendem. São complementares, mas não siameses. Esse entendimento é antes de tudo corporal. Quase não chegamos a admitir que "O Picolino" tinha um coreógrafo (Hermes Pan), tal a desenvoltura com que Ginger e Fred preenchem os espaços. Não o espaço da tela, ou não especialmente ele. Eles preenchem mutuamente seus espaços, no corpo e na alma, com uma fluência que nunca mais se viu. É possível que um ideal meio antiquado, o do casal perfeito, se realizasse neles. Sua dança é o inverso do atrito. Arte da delicadeza sensual. E, ao mesmo tempo, arte de um homem comum que se revela incomum. Isto é Hollywood.(IA) O PICOLINO (Top Hat). EUA, 1935, 100 min. Direção: Mark Sandrich. Com Fred Astaire, Ginger Rogers. P&B. Legendado. Na Cultura. Texto Anterior: A atração pelo movimento Índice |
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