São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995 |
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Iraniano dirige filme "eterno"
JOSÉ GERALDO COUTO
Para os primeiros, há um pouco de tudo nas telas de São Paulo: da simpática comédia histórica "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil", de Carla Camurati, ao policial independente americano "Amateur", de Hal Hartley. Há também o drama adolescente "Rosas Selvagens" e a comédia "Comer, Beber Viver", um saboroso estudo dos conflitos entre tradição e modernidade em Taiwan. Para o cinéfilo mais exigente, todos esses filmes, mesmo sendo bons, são dispensáveis. O que ele vai querer ver são as obras que representam marcos na cinematografia internacional e que serão lembradas daqui a dez ou 20 anos. Provavelmente o único filme em cartaz que se enquadra nessa exigência é "Através das Oliveiras". Ao contar uma singela história de amor durante uma filmagem, Abbas Kiarostami mostra um cinema diferente daquele a que Hollywood e a TV nos acostumaram. Os enquadramentos, os movimentos de câmera e os diálogos não são usados para enfatizar os clichês de um drama convencional, mas sim para revelar detalhes das relações entre as pessoas e delas com uma determinada cultura e uma determinada paisagem. Em "Através das Oliveiras" o cinema não é só entretenimento: é conhecimento e poesia. (JGC) Texto Anterior: Radical despreza obra 'comercial' Próximo Texto: Em seu segundo disco —"Throwing Copper" —o Live confirma seu sucesso com a linha papo cabeça Índice |
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