São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Parlamentares compram carro com privilégio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além do direito a 15 salários e a aposentadoria com apenas oito anos de mandato, os deputados e senadores têm acesso a outra mordomia negada à maioria dos brasileiros: o financiamento de carros em até 36 meses, com juros de aproximadamente 3,5%.
O financiamento é feito com recursos do IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas), que gerencia o fundo de pensão dos parlamentares e funcionários do Legislativo.
Deputados e senadores podem adquirir carros de até R$ 40 mil. As prestações são corrigidas de acordo com o índice mensal da caderneta de poupança, mais juros de 0,5%. Ontem, a taxa da poupança estava fixada em 3,18%.
Bancos cobram juros mensais de 8% a 10% e limitam o número de prestações em oito.
O diretor executivo do IPC, João Bosco Altoé, diz que o orgão lucra com as operações: "Uma parte de nossos recursos é depositada em caderneta de poupança. Com os empréstimos, recebemos a correção mais 0,5%", afirmou.
Parlamentares e servidores descontam 10% de seus salários para o IPC. A maior parte da receita do instituto, porém, é coberta por recursos públicos: para cada real descontado, o Congresso deposita outros dois no fundo.

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