São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Ganhadores do Nobel inauguram exposição

JOÃO BATISTA DE ABREU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Dois ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina, o norte-americano Joshua Lederberg (Nobel de 1958), e o francês François Jacob (1965) participaram ontem à noite do lançamento do selo que lembra o centenário de morte de Louis Pasteur e da inauguração da exposição "Vida", patrocinada pela Fundação Oswaldo Cruz e pelo Instituto Pasteur da França.
A mostra acontece no Espaço Cultural dos Correios, no centro do Rio, até 26 de março. Os organizadores pensam em levá-la para São Paulo ainda este ano.
Foi Joshua Lederberg quem descobriu que os vírus podem transferir material genético de uma bactéria a outra há 44 anos. Leia abaixo trechos da entrevista que ele deu à Folha.

Folha — Como deve ser a ciência no Terceiro Mundo?
Lederberg — Para esses países é importante fazer ciência aplicada. Mas isso é impossível sem a ciência básica. Um bom exemplo é o problema da malária. Nós ainda não possuímos as ferramentas tecnológicas para erradicar a doença.
Folha — Qual o futuro da biologia molecular?
Lederberg — Ela nos ajuda a entender o que é a natureza humana. É importante lembrar que há pessoas que dizem que seu DNA é seu destino. Sabemos que não vamos resolver todos os problemas com a genética ou a biologia molecular.
Folha — Como o sr. vê a pressão de instituições como a Igreja Católica, sobre o crescente controle da ciência sobre a vida?
Lederberg — Desde Galileu a Igreja não se opõe mais à geração de conhecimento. Hoje os conflitos se prendem basicamente à aplicação da ciência e não à ciência em si.

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