São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Greve deixa 5 milhões sem ônibus no Rio

PAULO GRAMADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A greve de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Rio causou confusão ontem ao trânsito da cidade, principalmente na manhã.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, houve adesão de 28 mil (73,6%) dos 32 mil rodoviários cariocas. Estima-se que tenham rodado apenas 200 dos 6.000 ônibus que trafegam normalmente. A prefeitura não estimou a adesão, mas afirmou que 5 milhões de usuários foram afetados.
O metrô registrou movimento elevado, com grande número de passageiros, principalmente nas plataformas próximas ao centro da cidade. No final da tarde, as filas para comprar bilhetes nas estações de maior movimento —como a do largo do Machado, na zona sul— ultrapassavam os 20 metros.
A PM alterou o tempo dos sinais de trânsito no centro para escoar o fluxo de carros nas ruas.
Durante a tarde, o cobrador Jorge Mota levou um tiro próximo ao centro social do sindicato, em Rocha Miranda (zona norte). Ele foi medicado no Hospital Salgado Filho, no Méier, e liberado.
Os rodoviários reivindicam aumento de 74%, tíquete-refeição e plano de saúde. De acordo com a categoria, os empresários "não abrem um canal de comunicação com os trabalhadores".
Eva Madalena Soares, diretora do sindicato, diz que "quem decretou esta greve foi a fome de rodoviário". O sindicato se reuniu para assembléia às 16h para decidir a continuidade da greve. Não houve decisão até as 19h30.
Segundo Eva, cinco ônibus da viação Rubanil tinham sido depredados durante a manhã de ontem.
A Polícia Militar disse que apesar do acúmulo de veículos nas ruas, não houve maiores problemas. O relações-públicas, coronel Silésio do Espírito Santo, disse que a PM implantou seu plano de operação para greves de ônibus e "tudo correu bem" durante o dia.

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