São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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IPC-r de fevereiro fica em 0,99% e acumula 25,34%

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação de fevereiro medida pelo IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) foi de 0,99%, a menor taxa apurada pelo IBGE desde julho de 1986, quando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) registrou 0,91%.
O IPC-r é o índice oficial de inflação, usado como base para os cálculos dos reajustes salariais e contratos firmados após julho de 94. Os contratos em geral (exceto os financeiros) só podem ter reajuste anual.
Desde julho de 94, o IPC-r acumula uma alta de 25,34%. Este é o número básico para os reajustes salariais das categorias profissionais com data-base em março.
A lei 8.880/94 determina esses reajustes na primeira data-base após o lançamento do real. Nas datas-bases seguintes valerá exclusivamente a livre negociação.
Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) receberão o IPC-r acumulado em maio, para pagamento em junho. A previsão é de que o índice fique próximo de 30%. Em maio também serão reajustados o teto e o piso dos benefícios.
Em relação ao IPC-r de janeiro (1,67%), o de fevereiro registrou uma queda de 0,68 ponto percentual.
O índice de fevereiro representa a inflação apurada de 14 de janeiro a 13 de fevereiro. Ou seja, preços médios coletados neste período em comparação com a média dos 30 dias imediatamente anteriores.
Os principais responsáveis pela queda do IPC-r foram os alimentos e bebidas, que subiram apenas 0,29%, e os artigos de vestuário, que aumentaram somente 0,60%, graças às liquidações de verão.
Na ponta das pressões altistas, a liderança ficou com o grupo habitação, com 3,8%, pressionado pelo aluguel residencial, que aumentou 6,22%. As hortaliças e verduras registraram alta de 21,92%, consequência das perdas provocadas pelas chuvas.
Para a chefe da Divisão de Índices de Preços do IBGE, Márcia Quintsl, o IPC-r de fevereiro demonstra que não há margem na economia para aumentos bruscos de preços.
Segundo ela, havia uma expectativa de que a variação dos aluguéis residenciais fosse maior que a registrada, devido ao grande número de revisões que era esperado.

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