São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995 |
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Boato continua a agitar mercado de câmbio
RODNEY VERGILI
Armando de Toledo, diretor da corretora Magliano, diz que a alta de ontem não define tendência. O volume de negócios na Bolsa paulista foi bastante reduzido —R$ 171 milhões e concentrado em operações de compra e venda no mesmo pregão e de "box" (renda fixa tendo como lastro ações). Poucas instituições movimentam o mercado, diz Toledo. O mercado cambial esteve nervoso ontem, pois continuaram os rumores de que o diretor do Banco Central, Gustavo Franco, estaria demissionário. As cotações do dólar comercial para venda começaram a R$ 0,85, caíram para R$ 0,843 e fecharam a R$ 0,846. A agitação provocou volume financeiro recorde —R$ 4,36 bilhões— no mercado futuro de dólar na Bolsa de Mercadorias & Futuros. O recorde anterior foi de R$ 4,19 bilhões em 26 de janeiro último. As saídas financeiras de dólares do Brasil continuam superiores às entradas em US$ 1,2 bilhão neste mês até o último dia 21. Os administradores de fundos nos Estados Unidos estão resgatando suas quotas em aplicações na América Latina, aguardando a solução da crise do México. Segundo Carlos Sobral, presidente do Forex, que reúne instituições de câmbio, o Brasil deve sair, porém, da crise do México como "a jóia mais preciosa da coroa". O BFB informou que nos próximos dias deverão ser distribuídos de forma reservada memorandos com o perfil da instituição, cuja operação de venda está sendo coordenada pelo banco Morgan Stanley. Já há 15 instituições interessadas na aquisição. O valor patrimonial do banco é de US$ 550 milhões. Georges Chaix, diretor-superintendente do BFB, acredita que o preço de venda será superior ao valor patrimonial. As taxas de juros do over médias declinaram de 5,32% ao mês no dia anterior para 5,31% ontem. A expectativa é de que a taxa do over seja de 4,13% no início de março. O mercado aguarda para hoje megaleilões de títulos públicos —Letras do Tesouro Nacional de 62, 92 e 124 dias; Notas do Tesouro Nacional cambiais de 12 e 24 meses e Letras Financeiras do Tesouro de 366 dias. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,118%. A taxa média do over foi de 5,31% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,41% ao mês. CDB e caderneta As cadernetas que vencem hoje rendem 3,3752%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 25% e 42 ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: 15,3% a 15,7% ao ano mais a variação da Taxa Referencial. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,45% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 52% e 98% ao ano. No exterior Prime rate: 9,00% ao ano. Libor: 6,44% ao ano AÇÕES Bolsas São Paulo: alta de 2,83%, fechando com 28.723 pontos e volume financeiro de R$ 171,83 milhões. Rio: alta de 1,7%, fechando com 13.097 pontos e volume financeiro de R$ 22,73 milhões. Bolsas no exterior Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.301,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.106,65 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,844 (compra) e R$ 0,846 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,841 (compra) e R$ 0,843 (venda). "Black": R$ 0,830 (compra) e R$ 0,840 (venda). "Black" cabo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,845 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,820 (compra) e R$ 0,845 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: valorização de 1,18%, fechando a R$ 10,33 o grama na BM&F. No exterior Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5885 dólar. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,4665 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 96,93 ienes. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para fevereiro fechou em 3,37% e para março a 3,27% no mês. A cotação para abril do índice Bovespa ficou em 29.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,848 e para março a R$ 0,866. Texto Anterior: SDE abre processo contra entidades de médicos Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice |
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